GERALDO ALCKMIN: Bom dia. Bom dia a todas e a todos. Agradecer o convite, para mim muito honroso, agradecer a presença; cumprimentar a Celita Procópio de Carvalho, presidente Conselho Curadores da FAAP; o Antonio Bias Bueno Guillon, diretor-presidente da FAAP; professor Víctor Mirshawka, diretor cultural; secretário de Transporte Metropolitano, Jurandir Fernandes; prefeitas Ana Karen, do Cruzeiro; Marcão, de Iperó; Rodrigo Maia, de Montemor; Vítor Lippi, de Sorocaba. Vejo aqui o deputado federal Otávio Leite do Rio de Janeiro, nos alegra aqui com a sua presença. Cumprimentar os organizadores, palestrantes, alunos, professores; amigas e amigos.
É uma grande alegria trazer uma palavra aqui nesse seminário. As cidades têm um papel cada vez mais importante no mundo moderno. O governador Montoro, lá atrás, já nos dizia que ""ninguém mora na União, ninguém mora no Estado, que são figuras jurídicas, todo mundo mora em um Município, mora em uma cidade onde é preciso melhorar a qualidade de vida das pessoas e ao governo mais próximo da população"". Os países continentais de grande extensão territorial, quase todos são federativos, não são unitários, como os países pequenos. Bons exemplos: Estados Unidos, que é um país fortemente federativo. Dizem que o presidente dos Estados Unidos pode mandar no mundo inteiro, mas lá não manda; Canadá, Alemanha, bons exemplos de federação, descentralização. O Brasil é também uma federação, República Federativa do Brasil, mas ainda com uma forte tendência centralizadora, é só ligar a televisão: Brasília, Brasília, Brasília, Brasília, Brasília. Tudo é centralizado: código tributário, federal; código civil, federal; código penal, federal; código do consumidor, federal; código eleitoral, federal; tudo. Os estados não podem legislar a não ser dar nome de avenida, escola, posto de saúde, enfim, e votar orçamento, é muito limitado. São modelos muito centralizados e isso não é bom, custa caro, porque imagine o governo federal...
Ontem eu fui a Rio Preto, e estava indo para a estrada de um trecho para outro, lá em Rio Preto, e de repente a van caiu em um buraco, mas um buraco de quase furar um pneu. Bom, não é possível, que estrada é essa? BR-153. Claro, é governo longe, imagine se Brasília vai ver que tem uma ""panela"" desse tamanho em uma BR do lado de Rio Preto! Óbvio que não. Então, a descentralização é importante, o fortalecimento de governo local, governo local, e o modelo novo metropolitano. Estados Unidos têm os Condados, a Alemanha tem os Bundeskanzler, nós temos que pensar de forma metropolitana, fortalecer governo local e ter ações de natureza metropolitana.
São Paulo tem a região metropolitana da capital, que é a terceira do mundo. A grande Tóquio tem 34 milhões de habitantes; a grande Nova Deli tem 21 milhões; a grande São Paulo tem 8 mil km², 39 cidades e 20 milhões de pessoas. É a terceira metrópole do mundo, a quarta é Mumbai na Índia com 19 milhões, a quinta é Cidade do México, a grande Cidade do México, 18; a sexta Nova York; a sétima Xangai, na China. Então o mundo moderno ele é urbano, porque o emprego está nas cidades. Você hoje na área rural mecaniza. O Estado de São Paulo é o maior produtor de cana-de-açúcar, açúcar e álcool do mundo. Então tinha novela ""O cortador de cana"". Hoje não pode mais queimar pela legislação ambiental. Então, não podendo mais queimar, não tem mais como ter corte manual de cana, só máquina. Então o cortador de cana desapareceu, surge o tecnólogo em mecânica de agricultura de precisão. Nós criamos um curso na Fatec de Pompéia, com a Fundação Shunji Nishimura, do grupo jato de máquinas agrícolas, tecnólogo em mecânica de agricultura de precisão. Desaparecem profissões e surgem outras, é muito rápido. O setor primário da economia, que é a agricultura, vai se mecanizando. Até café. Eu sou de uma região de café. Antigamente, pra colher café: compadre, vizinho, mutirão, mamãe, chama todo mundo. Hoje passa uma máquina, chacoalha e uma rede embaixo colhe. Então, você vai mecanizando tudo. O setor secundário, que é indústria, também robotiza. Os procedimentos são robotizados. O que mais vai crescer é o setor terciário, que é serviço, educação, saúde, economia criativa, é turismo, é comércio, que é das cidades.
Então, o mundo moderno é urbano. Em São Paulo, 90% da população está na área urbana. Pela primeira vez, dos mais 6,5 bilhões de pessoas do planeta, a maior parte está nas cidades. Tendência metropolitana. Qual é a maior cidade depois da capital? É Guarulhos, que é aqui do lado, pode verificar em todo Estado. A maior cidade é a capital, e a segunda maior é vizinha. É tudo metropolitano. Se você pegar aqui quem são os maiores: São Paulo, Guarulhos, São Bernardo, Santo André, Osasco, está tudo aqui em volta, e o que não está em volta é outra região metropolitana: Campinas e as cidades em seu entorno. Então é uma tendência urbana, uma tendência de grandes metrópoles. Isso será bom se tiver planejamento, porque aí você tem muita gente em um espaço pequeno. Pode ter água, esgoto, saúde, metrô, trem, qualidade de vida, emprego e será muito ruim se houver uma ocupação desordenada e, ao mesmo tempo, sem infraestrutura e com péssima qualidade de vida.
Mas eu preparei aqui meia dúzia de telas, para dar uma visão mais ampla em torno [ininteligível]. Ok. Aqui, mostrando um pouco de São Paulo. Vinte anos atrás, a gente dizia o seguinte: ""São Paulo tem o tamanho da Argentina, com uma vantagem sobre a Argentina: está dentro do Brasil"". Olha, hoje o que aconteceu: a Argentina tem US$ 369 bilhões de PIB nominal. O Estado de São Paulo tem US$ 685 bilhões de PIB nominal, quase duas Argentinas. O PIB per capita: 9 mil a 16 mil dólares de PIB per capita. Aqui, se nós fossemos um país, São Paulo seria a 24º maior economia do mundo. Somos a 2ª maior economia da América do Sul, apenas atrás do Brasil, e a 3ª da América Latina atrás do Brasil e do México.
O maior produtor nacional e mundial de açúcar e álcool, o maior produtor nacional e mundial de suco de laranja. Nós temos um pomar cítrico maior do que a Flórida. O maior produtor nacional de borracha. Muita gente fala do Acre, mas o maior produtor de borracha do Brasil é São Paulo. Aliás, a região de Rio Preto. O maior produtor nacional de ovos, 40% da produção de ovos. Qual é a capital do ovo? Bastos. Impressionante, Bastos. O maior exportador nacional de carne bovina. Nós não temos o maior rebanho, porque o Estado não é grande territorialmente. Os grandes rebanhos estão em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, mas nós somos o maior exportador de carne bovina porque os frigoríficos que estão aqui. O maior processador nacional de papel e celulose. Na indústria, 97% da indústria aeronáutica, as três fábricas em São Paulo. Embraer, em São José dos Campos, em Botucatu a área de jatos agrícolas e parte de jatos executivos, e em Américo Brasiliense, a indústria militar. 87% da indústria ferroviária. O Jurandir deve dar uma palavra para vocês, mostrando a revitalização da indústria ferroviária brasileira. 72% do setor de higiene pessoal, 71% do setor farmacêutico, peças e acessórios, produtos químicos, e aqui dá alguns dados sobre questão de gestão.
Neste momento de dificuldade econômica mundial, você vê que os países ricos, especialmente grande parte da Europa, passam por dificuldades. Um balizador importante é o seguinte: quem está muito endividado e quem está menos endividado. Esse é um cenário importante. O Brasil está melhor, porque está menos endividado. O grande problema dos outros países é endividamento e déficit. O estado de São Paulo chegou a ter 2,27%. a Lei de Responsabilidade Fiscal diz que a dívida sobre a receita corrente líquida não pode passar de 2%. Se a receita corrente líquida do Estado é R$ 120 bilhões, a dívida não pode passar de R$ 240 milhões. Não pode passar de 2%. E o Senado federal deu até 2015 para quem estivesse acima de 2 baixar para 2. Então, olhe, proibido o financiamento, não pode ter um financiamento novo, tudo travado até chegar a 2. E deu um prazo para você se adaptar: 2015. Nós chegamos, o ano passado a 1,4%. Então o estado foi saneado. A relação entre a dívida e a receita corrente líquida despencou. Tanto é que nós tivemos R$ 7 bilhões de autorização do governo federal para novos financiamentos. BID, Banco Mundial, metrô, trem, mobilidade urbana, infraestrutura. Então esse é um conceito importante, obrigatoriedade da Lei de Responsabilidade Fiscal e um bom indicador de gestão. Esse número que é 2, para os municípios é 1,2. Então, uma prefeitura se tem R$ 10 bilhões de receita corrente líquida, a dívida não pode passar de 12. É 1,2, e para o Estado, 2. Aí vem uma questão importante.
Ontem nós tivemos um encontro do mundo do trabalho para todas as centrais sindicais e o setor produtivo. E uma preocupação: o Brasil está tendo uma desindustrialização precoce, ou seja, o país não está conseguindo competir com os demais países, especialmente na área industrial. Por que não consegue competir? Porque está ficando caro. Então eu vou dar um exemplo de São Paulo, que tem um parque industrial importante; janeiro deste ano comparado a janeiro do ano passado, um ano. O ICMS de importação aumentou 15,8% comparado com o ano anterior. E o ICMS da indústria caiu 0,9%. O nosso déficit, indústria de máquinas, R$ 35 bilhões no ano passado. Indústria eletroeletrônica, R$ 36 bilhões. Indústria química, quase R$ 30 bilhões. Ou seja, não consegue competir. Tudo que é importado é mais barato, colocado aqui dentro. E ainda para ajudar nessa dificuldade, alguns Estados criam um incentivo à importação que é uma barbaridade. Você tinha guerra fiscal para onde localiza a indústria. Tudo bem, está brigando, mas está dentro do país. Agora é guerra fiscal para ganhar imposto, para ganhar dinheiro, guerra fiscal estimulando emprego lá fora. ""Importe aqui pelo meu Estado."" Quando um produto entra, o ICMS de importação à alíquota interestadual é de 12%. Entra por aqui e você paga 3%, eu te devolvo 9%. Então você está dando um incentivo para importar em detrimento da indústria nacional. Além da perda de competitividade. Tanto é que está se discutindo para votar no fim do mês, no Senado, Resolução 72 do Senado, dizendo: ""Olha, quando importar por um Estado que não se destina o produto à industrialização naquele estado, a alíquota interestadual será zero, ou 1% ou 2%."" Para inviabilizar esse tipo estímulo a importados.
Mas o fato é que eu aprendi em medicina um termo que diz: sublata causa tollitur effectus. Suprima a causa e o efeito cessa. Qual é a causa? A causa é que o Brasil está ficando caro. Meu filho tinha um carrinho, um Polo. Mudou para o México, mora já há três anos lá, trabalha no México. Ele vendeu o Polo usado e lá comprou com o mesmo dinheiro um Audi A3, 0km. Então, você sai do Brasil, tudo é mais barato. Pega um taxi, vai pagar o taxi, transforma em real, R$ 5,00. O Brasil está caro. Por que é caro? Os juros são altos, o imposto é altíssimo e o câmbio é sobrevalorizado. Fora, falta de logística, custo-país, enfim, esse conjunto todo. Então é preciso ter menos carga tributária. Nós temos carga tributária de Escandinávia, em um país em desenvolvimento, 36% do PIB de carga tributária é muito alto para o nosso estágio de desenvolvimento. Não é alto para país muito rico. Então precisa cobrar menos imposto, baixar a carga tributária. Para isso é preciso gastar menos. Por que a carga tributária? Porque os gastos são muito elevados. Vamos dar um exemplo aqui. Se a gente for verificar o problema da Previdência, nós investimos em saúde... todo o governo, o Governo Federal, os 27 Estados e os 5.600 municípios, 5.700 municípios, em 2010 foi R$ 109 bilhões. Isso para a saúde dos 190 milhões de brasileiros. O buraco da previdência, o déficit, foi R$ 130 milhões. Não é que arrecadou 130, é entre o que arrecadou e o que gastou, o déficit. E pior: ele é crescente; já deve estar em 140. E o pior, ele é concentrador de renda.
Então, se for abrir tem três terços aí: um terço, INSS, os outros dois terços, setor público, setor público, é o Robin Hood às avessas, o pobre pagando para o rico, maior projeto de concentração de renda. Então, aposentadorias de R$ 20 mil, R$ 30 mil pagas pela dona Maria que mora na favela que, quando vai comprar um alimento ou uma roupa está pagando imposto indireto, indireto para isso. Então você verifica: 1/3, 2/3 setor público, esse 1/3 do INSS são 27 milhões de aposentados e pensionistas, um déficit de R$ 42 bilhões. E a média, dois salários mínimos, e ninguém vai ganhar mais de R$ 3,5 mil, o cara pode ser executivo de uma empresa, o teto do INSS é R$ 3.690,00. No setor público, só federal são 850 mil aposentados e pensionistas, só; déficit, R$ 51 bilhões. Quem paga isso? É o povo, povo pobre, que ganha salários mínimo através dos impostos indiretos. E isso vai agravar. O Brasil mudou, o Brasil que era um país jovem hoje é um país maduro e vai ser um país idoso. Mudou totalmente, é preciso ter cálculo atuarial. Então você tem uma gravíssima crise no financiamento da saúde porque a expectativa de vida sobe, aumentam os gastos da saúde, crise gravíssima de financiamento, e o déficit da previdência, crescente.
Então o que nós fizemos em São Paulo, primeiro Estado brasileiro? São Paulo é a mesma coisa: qual é o nosso déficit? R$ 13 bilhões. Então, entre o que nós recebemos e o que nós pagamos faltam R$ 13 bilhões por ano, e é crescente. Então nós dissemos, ""olha, não vamos discutir o passado, não vamos entrar em uma briga jurídica, não tem sentido."" Daqui para frente, o novo funcionário do Governo do Estado, do Legislativo, do Judiciário, do Ministério Público, todo mundo que vier a entrar no serviço público, a aposentaria dele será o teto do INSS, R$ 3.691,00. Isso é o que o governo paga. Acima disso, previdência complementar, fundo de pensão, um para um. O sujeito ganha R$ 13 mil, então ele contribuiu sobre os R$ 10 mil do fundo de pensão e nós contribuímos a parte do empregador, um para um. Qual a grande diferença? O modelo anterior é benefício definido, você diz assim: ""olha, lá quando for aposentar é o que você ganha, ponto"". É benefício definido. Se vai dar prejuízo, alguém paga. Aqui é contribuição definida, contribui um, contribui outro, lá na frente, cálculo atuarial. Quanto deu? Essa vai ser a sua complementação de aposentadoria, déficit zero. Isso no curto prazo, no meu governo, próximo governo, a curto prazo sob o ponto fiscal é pior porque eu vou continuar pagando os R$ 13 bilhões todo ano para o déficit da previdência e vou ter que contribuir todo mês para os novos funcionários com a contribuição que não existia. No curto prazo é ruim sob o ponto de vista fiscal, vai aumentar os nossos gastos, mas sob o ponto de visto de médio e longo prazo você vai evitar um grande problema no futuro que já começa dar problema hoje.
O Brasil tem uma carga tributária muito superior aos outros e acha que não vai acontecer nada. Mas é claro, já está acontecend: perda de emprego, porque os outros produzem mais barato e põem aqui dentro mais barato. Você começa a ter problema, quer dizer, esse é um fato. Então estou chamando a atenção para essa questão previdenciária que é uma questão relevante. Aqui a questão dos servidores, essa questão da valorização de recursos humanos é relevante. O Mário Covas dizia: ""Os nossos problemas são de gestão, gestão, gestão"". Essa é a realidade. Educação, grande parte é gestão. Saúde, grande parte é gestão. Gestão, gestão, gestão, precisa melhorar a gestão. E gestão, primeiro é gente, segundo é gente, terceiro é gente. Se não tiver a pessoa certa no lugar certo nem com dinheiro não vai fazer. Então, essa questão dos recursos humanos é absolutamente relevante. Ingresso precisa ter seleção, bom ingresso, capacitação continuada. Há uma tecnologia de informação, governo eletrônico, isso mudou tudo. Quer dizer, tem uma outra lógica, e em todas as áreas, engenharia, medicina. Hoje em dia não se opera mais a céu aberto, é que nem Joystick, o cara está operando na televisão ali, costura, dá ponto. Tem um centro de treinamento de cirurgia laparoscópica em Barretos, e eu fui lá. Um negócio espetacular, você pega os porcos lá, os leitões, treina no leitão, e é impressionante a habilidade. Veio um professor da França para dar aula de cirurgia laparoscópica e veja como a questão de recursos humanos é importante: quando começou a cirurgia laparoscópica, 30 anos atrás, teve um aumento que Nova York proibiu. Quer dizer, movia tanta gente, mais tanta gente que eles proibiram. A gente passa 30 anos operando a céu aberto, de repente tem que operar na televisão. À juventude é fácil aprender. O professor emérito da universidade, depois de 30 anos, ele vai mudar de operar a céu aberto, para laparoscopia. Mas ele tem que fazer isso porque é chique, é bonito, é importante, realmente é melhor, é menos invasivo, sai mais depressa, menos tempo no hospital. Aí começa, com pouco treinamento começou a morrer gente: ruptura de intestino, ruptura de fígado, perfuração. Então, recursos humanos, e essa mudança tecnológica.
Um dia desses, Celita, veio aqui o vice-presidente da Boeing mundial. Uns quatro meses, cinco meses atrás eles tinham lançado aquele último avião, 7... Qual? É. Isto, 787. Aí ele ia dizendo da alta tecnologia e falou, olha, aí brincou na hora de sair, falou: ""Agora é um piloto só, governador, um piloto só, e um cachorro."" Mas um cachorro, por quê? ""Não, para não deixar de pôr a mão em nada, né, vai fazer besteira"". Então nós vivemos um outro momento. Então essa questão de recursos humanos ela é central, central. Aqui procuramos um esforço danado, raspar o fundo do tacho, dar uma valorizada, estimular, enfim, avançar.
Aqui o esforço para custeio. Eu gosto dessa questão de gestão. Eu fui prefeito, puxa, brincar aqui com os prefeitos, eu nunca fui ao Palácio dos Bandeirantes. Encontrei, não sabiam como é que era lá dentro. Eu era do ‘Manda Brasa', do MDB em pleno o Regime Militar, então quietinho lá no meu cantinho trabalhando, só com o dinheirinho da Prefeitura. Saí com quase 80% de aprovação. Hoje, eu abro a televisão, caiu uma ponte lá em Piedade. Caiu uma ponte, é óbvio, está chovendo, verão, a ponte pode cair. Caiu lá uma ponte. Aí, o prefeito vai para a televisão e fala: ""Não, eu vou pedir para o governador, eu tenho certeza que ele vai atender"". Não dá para derrubar um eucalipto, ir lá e refazer a ponte? Impressionante. [ininteligível] falando: ""Eu não tenho R$ 100 mil"". Como é que pode? Você já pensou em apertar, apertar, apertar, apertar, apertar, custeio, custeio, reduzir gastos para poder investir? Pois é, transferiu o problema para o Estado e para a União, e aumentar imposto, aumentar mais dinheiro. Então, se a gente for verificar, eu comecei por coisa simples: água, luz e telefone, água. Penitenciária feminina, Santana, conta de água: R$ 1,08 milhão por mês, conta de água. Uma penitenciária. Uma, o prédio velho, tudo estourado. Aí lançamos o programa: Economia de Água. Reduzir 10% no consumo, a Sabesp reduz 15% na conta, você vai economizar 25%. Investimento, vamos investir oito milhões nas questões só de água, vamos pagar em 12 meses de economia. O investimento feito se paga em 12 meses, você vai ganhar o resto da vida. Coisa simples, água, luz, telefone, sistemas, compra.
Quem assistiu ao Fantástico de domingo? Compras, compras, está certo? Quer dizer, então, o Pregão Eletrônico, qual a vantagem do Pregão Eletrônico? Se você faz uma retirada de envelope de proposta lá no local, um fica sabendo quem retirou. ""Olha, dez empresas retiraram a pasta"". Então, procura as dez e pode ter um acerto. Se você faz via eletrônico, o cara não sabe quem é o outro que retirou. O grande problema nosso é dar um choque de capitalismo, é colocar a economia de mercado a serviço do cidadão. Esse é o segredo da coisa, choque de capitalismo, a economia de mercado a serviço do povo. Economia de mercado é eficiência, redução de custo, qualidade, economia de mercado para beneficiar a população. Então, eu diria que essa questão de custeio, ela é central, porque nós temos uma carga tributária muito alta e baixíssimo investimento. Se a gente tivesse uma carga tributária altíssima, mas o investimento está explodindo - porto, aeroporto, autoestrada, ferrovia, metrô. Mas é o contrário, baixíssimo investimento com carga tributária muito elevada. Isso vale para os três níveis de governo.
Eu criei aqui o guardião da economia, ou seja, peguei todas as secretarias, fundações, autarquias, empresas, tem um guardião em cada órgão. Você é só para evitar desperdício. Faz avaliação a cada três semanas, e a cada dois meses, reunião com o próprio governador. E meta, atingir meta. Voltando só aqui, a nossa meta, olha aqui, quadro de despesas, se reduzir 5%, a meta é R$ 1 bilhão de economia. Então, a nossa proposta é investir R$ 1 bilhão a mais só com esse esforço de corte de gastos. Aqui tem tudo, energia elétrica, telefone, compras, tudo, tudo. Investimento: se a gente fizer um esforço danado, nós vamos investir, que é um espetáculo, R$ 20 bilhões por ano. Então, você vai, em quatro anos, investir R$ 85 bilhões. Mas eu posso, além desse investimento do Tesouro, reduzindo dívida, buscar financiamento externo. Então, se eu conseguir mais R$ 15 bilhões de financiamento, eu já vou para R$ 100 bilhões. E Parceria Público Privada, isso aqui é campeão, me faz lembrar a PPP. Pagão, Pelé e Pepe, não é? O que que é a PPP? Eu chamo o setor privado para... Têm dois modelos de você trazer a iniciativa privada para ser parceiro do governo: uma, é concessão. Rodoanel Leste: o Rodoanel está parado ali em Mauá, precisa chegar à Ayrton Senna, precisa chegar à Dutra, precisa chegar em Guarulhos, Arujá, fechar o Rodoanel Leste. Aí você vai ligar o maior aeroporto do país, que é Cumbica, o maior porto do país, que é Santos, melhorar a logística, depois o norte e tal. Rodoanel Leste, põe lá o pedágio. Quanto o governo vai gastar para fazer a Asa Leste do Rodoanel? Zero. O setor privado paga as desapropriações, as compensações ambientais, faz a obra, entrega a fita pronta para inaugurar. E ainda pagou por isso, que é a concessão é onerosa, ganhou a concorrência quem pagou mais para comprar esse direito, R$ 387 milhões. E reduziu o preço do pedágio 49%. Isso é economia de mercado a serviço da sociedade. Isso é concessão, você não põe um centavo.
Agora, quando você vai para o metrô, não tem jeito, porque a tarifa do metrô tem que ser igual ou mais barata do que o ônibus, nós temos que estimular o transporte de alta capacidade. Então, não tem como ser só dinheiro privado. Então eu digo: ""Olha, eu faço uma Parceria Público Privada"". Se a obra de metrô custa R$ 5 bilhões, quem me der maior participação ganha a PPP, e a tarifa é minha, eu que fixo. Então, se você disser: ""Olha, dos R$ 5 milhões, eu entro com R$ 4 milhões"", ganhou. O outro: ""Eu entro com R$ 3 milhões"", perdeu. Então, a Parceria Público Privada você entra com uma parte e você remunera o setor privado. O que que diz a lei? Você não pode comprometer mais do que 3% da sua receita corrente líquida em PPP. Então, se o orçamento de São Paulo é R$ 120 bilhões, receita corrente líquida, eu não posso comprometer mais de 3%, R$ 3,6 bilhões por ano, R$ 300 milhões por mês. Então, se eu quiser fazer um hospital, escola, penitenciaria, metrô, trem, estrada, piscinão por PPP, Fórum, tudo bem, pode fazer, mas você não pode fazer contraprestação para a PPP mais do que 3% da sua receita. São Paulo compromete, hoje, 7% dos 3%, então nós temos um espaço de R$ 25 bilhões para fazer PPP. Aí, como é que a gente ganha tempo? Você cria uma coisa chamada MIP - Manifestação de Interesse Privado. E tudo isso vale para o município, eu digo: Olha, quem quiser fazer PPP me apresente bons projetos, um apresenta projeto penitenciária, o outro de piscinão, o outro de linha de metrô, o outro de trem, eu não faço projeto, o setor privado que apresenta. Você analisa conselho de gestor, não quero ou aprova; aprovado vai fazer a projeto executivo, não tem licitação, não tem nada, ganha tempo, ganha tempo, com velocidade, apresentou o projeto executivo ai eu licito, se ele ganhar o projeto já é dele. Se ele perder, quem ganhou indeniza o projeto que ele fez, e você ganha tempo, velocidade e agilidade.
Aqui uma palavrinha sobre questão de qualificação profissional: nós temos que fazer um esforço permanente de casamento entre necessidade de mão‑de‑obra e formação profissional. Às vezes você tem pessoa estudando uma profissão que não tem emprego e têm 34 mil vagas hoje no Emprega São Paulo, que não são preenchidas porque não há pessoas qualificadas. Então, qual é a ideia da Etec? Região de Campinas, a gente faz um levantamento, o que que está faltando de mão‑de‑obra, você cria estudo. Região de Sorocaba o que que está faltando de mão‑de‑obra, você cria estudo região de Presidente Prudente, você vai criando de acordo com o estudo do levantamento. Aqui, Fatec, e Faculdade de Tecnologia, mesma coisa, e curso superior. Nós temos três universidades: USP, UNESP e Unicamp. Se deixar, todo mundo vai fazendo só faculdade de Direto, então vou da um dado, porque o povo é inteligente &