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Detran.SP revela mitos e verdades sobre o teste do bafômetro

Vinagre, antisséptico bucal ou chiclete não mascaram resultado positivo no etilômetro; confira vídeo que desvenda lendas da internet

27/03/2018
Foto ilustrativa

[caption id="attachment_5005011" align="alignnone" width="4000"] Programa Direção Segura durante testes do etilômetro (conhecidos como bafômetro)[/caption]

Quem nunca ouviu falar sobre as "gambiarras" para bar o resultado do bafômetro? Pois quando o assunto é beber e dirigir, não adianta tentar driblar o bafômetro com vinagre, antisséptico bucal, refrigerante, chiclete e outras dicas furadas que rolam por aí.


E como a internet é muito utilizada para difusão destas falsas notícias, o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP) esclarece que todas essas receitas não passam de mitos.


Em suas redes sociais oficiais, o Detran.SP postou um vídeo bem humorado, em que o funcionário Régis desvenda os ?Mitos e Verdades? sobre o bafômetro, como é popularmente conhecido o teste do etilômetro.


O vídeo está disponível na página: www.facebook.com/detransp; no Twitter: twitter.com/DetranSP e também na conta do Departamento no Youtube, no link: https://goo.gl/nifi7p.


Entre as informações absurdas que circulam nas redes sociais, uma diz que, supostamente, tomar vinagre depois de ingerir bebida alcoólica livra a pessoa de um possível resultado positivo no teste do etilômetro.


Outro ?truque? que ganhou fama recente é o uso do Metadoxil (piridoxina ou vitamina B6), um medicamento que acelera a metabolização do álcool do fígado e é mais utilizado no tratamento de alcoolismo e alterações hepáticas.


Mas não se engane. O bafômetro mede o álcool ingerido que passou para a circulação sanguínea e o sistema respiratório. ?O vinagre não consegue interferir no etanol exalado pelos pulmões. Além disso, se o vinagre contiver álcool, isso pode até agravar o resultado positivo do teste?, explica o gastroenterologista José Luiz Capalbo, médico responsável pelo Centro de Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho.


No caso do medicamento para camuflar o resultado, este também não surte efeito, já que ?não interfere na concentração do álcool que está no sangue e tão pouco no ar medido pelo etilômetro?, rebate o médico.


Há ainda quem insista que foi pego no bafômetro depois de comer um bombom com licor ou de ter usado antisséptico bucal. Neste caso, pela baixa concentração alcoólica nesses produtos, o álcool fica presente apenas na mucosa bucal e some rapidamente. Assim, não adianta alegar que comeu só um bombom com licor, por exemplo.


Quando for o caso, o motorista, no momento da abordagem, pode fazer bochecho com água e aguardar alguns minutos para fazer o teste. Portanto, se a pessoa não tiver realmente ingerido bebida alcoólica, apenas o bombom, não será detectado álcool vindo do ar dos pulmões.


Processo lento ? Pelo organismo, a absorção de álcool é feita em poucos minutos. ?O pico de concentração etílica no sangue ocorre cerca de 30 a 45 minutos após ser ingerido?, comenta Capalbo.


Em contrapartida, demora um tempo maior para sair do organismo. Segundo o especialista, pode levar até dez horas para que o álcool não seja mais detectado no sangue: ?não há formas eficientes de acelerar esse processo?. Para dar uma ideia, o álcool é metabolizado, em média, a um ritmo de 0,016% por hora, podendo variar.


?Depende da quantidade ingerida, do tipo de enzima que o fígado do indivíduo possui (há diferentes padrões genéticos), sendo mais rápido se a pessoa consome grandes quantidades de álcool regularmente, ou mais lento se o fígado não estiver totalmente saudável?, finaliza o médico.


Mas nem uma latinha? - Pela Lei Seca, conhecida como ?Tolerância Zero?, não existe qualquer quantidade de bebida alcoólica aceitável, nem mesmo uma latinha de cerveja. Por isso, vale lembrar que a multa para quem é autuado por beber e dirigir é alta, de R$ 2.934,70.  Além disso, o motorista responde a um processo de suspensão do direito de dirigir junto ao Detran.SP e pode ficar impedido de pegar o volante por um ano.


Recusa e crime ? Nas operações do Programa Direção Segura ? blitze coordenadas pelo Detran.SP que integram equipes das polícias Militar, Civil e Técnico-Científica ? é comum os motoristas se negarem a fazer o teste do bafômetro na tentativa de escapar de possíveis sanções.


Porém, não se submeter ao exame também é uma infração. Da mesma forma como quem tem a embriaguez atestada no exame, quem se recusa a soprar o aparelho também é multado em R$ 2.934,70 e notificado a responder processo de suspensão do direito de dirigir pelo período de um ano.


Para quem se submete ao teste do bafômetro, o índice que corresponde a crime é superior a 0,33 miligrama de álcool por litro de ar expelido. O mesmo vale para o condutor que se recusa a soprar o etilômetro e o perito da Polícia Técnico-Científica identifica nele atitudes como cambalear, apresentar problemas de coordenação motora ou falar coisas sem sentido.


Entre as penalidades para o crime de trânsito estão: prisão; multa (de R$ 2.934,70); e a suspensão da habilitação por doze meses. ?As pessoas precisam se conscientizar que misturar bebida e direção coloca em risco a vida do motorista e das demais as pessoas no trânsito. O álcool reduz os reflexos e a capacidade de reação do condutor. Dirigir não é brincadeira?, destaca Maxwell Vieira, diretor-presidente do Detran.SP.


Quem for reincidente nesse tipo de infração em um período de 12 meses é multado em R$ 5.869,40 e responde a processo de cassação do direito de dirigir por dois anos.


Conforme determina a legislação federal, os condutores autuados pela Lei Seca têm direito à defesa antes da conclusão do processo de suspensão ou cassação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

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