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Melhora no fluxo de informações pode diminuir impacto de enchentes

Novo projeto de pesquisa pretende investigar como melhorar o fluxo de informações entre as partes envolvidas em eventos como inundações

16/02/2019
Foto ilustrativa

Quando ocorre uma enchente ? algo tão comum no cotidiano das cidades brasileiras ? os alertas gerados pelos centros de monitoramento são fundamentais para preparar a população e evitar a perda de vidas.

Esses centros trabalham com dados obtidos por instrumentos científicos que auxiliam na previsão, mas há outros tipos de informação também importantes, que podem contribuir para diminuir o impacto de desastres. São as notificações enviadas pelos próprios moradores dos locais afetados, que conhecem melhor do que qualquer um a dimensão do problema.

O transtorno causado pelas enchentes tende a aumentar em decorrência das mudanças climáticas globais. Por conta disso, um novo projeto de pesquisa pretende investigar como melhorar o fluxo de informações entre as partes envolvidas em eventos como inundações. Trata-se de uma iniciativa internacional que está sendo desenvolvida por cientistas de vários locais.

Intitulado ?Dados à prova d?água: engajando na governança sustentável dos riscos de inundações para resiliência urbana?, o trabalho é coordenado por Maria Alexandra da Cunha, professora na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

?Vamos desenvolver três métodos. Um para melhorar e dar visibilidade ao fluxo de dados relacionados a inundações entre os centros de especialistas. Um segundo método para incrementar a maneira como a população se engaja com a produção e a circulação de dados sobre enchentes. E um terceiro que pretende, a partir de plataformas de mapeamento colaborativo, fazer com que os dados produzidos localmente possam ser usados pelos centros de especialistas e vice-versa?, disse à Agência FAPESP.

?Fundamentalmente, o que pretendemos é transformar as práticas ao redor da gestão de dados de enchentes e, eventualmente, traduzir esses dados para outras localidades. Isso será feito com um estreito diálogo entre o nosso projeto e governos locais no Brasil, na Alemanha e no Reino Unido?, disse a pesquisadora.

Parceria internacional


Cunha explica que a equipe envolve pesquisadores de três instituições acadêmicas, a Fundação Getúlio Vargas (no Centro de Estudos em Administração Pública e Governo), a Universidade de Warwick, com João Porto de Albuquerque como principal investigador, e a Universidade de Heidelberg, com o grupo de Alexander Zipf.

Segundo Cunha, repensar como os dados relacionados a inundações são produzidos e como se disseminam pode auxiliar na construção de comunidades sustentáveis e resilientes a inundações.

?A proposta final é mudar a forma como os dados de inundações são produzidos e fluem, criando novos arranjos de governança entre cidadãos, estado e especialistas em inundações e, com isso, melhorar a resiliência das comunidades em relação a inundações?, disse.

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